Outro dia postei uma fotografia de um prato com figos maiorquinos nas redes sociais e foi um tremendo sucesso! O dia anterior era o meu dia de folga. Amo o meu trabalho e também os dias nos quais eu posso descansar, preparar excursões, estudar etc.
Assim que Uli e eu decidimos aproveitá-lo indo à Montuïri para côlher figos e almoçar naquela cidade. Foi super agradável. Montuïri está pegadinha à estrada que une Palma a Manacor. Há mais ou menos uns 30 quilômetros de distância da Capital da Ilha. Está na parte central de Mallorca.
Ela foi fundada pelo Rei Jaime II de Mallorca como um povoado real em 1300. O seu nome significa monte. O centro histórico da cidade encontra-se a uns 170 metros acima do nível do mar. Como chamam a nossa atenção e podem ser vistos desde a estrada: a Igreja dedicada ao Santo Bartomeu, o padroeiro da cidade, e que foi construída no século XIV, os oito moinhos que foram utilizados até o começo do século XX para moer o trigo.
Em Montuïri localiza-se Son Fornés, um sítio arqueológico da era pré-histórica maiorquina, ou seja, com 3.000 anos de idade, aproximadamente.
Possivelmente foi construído no século X a.C. Estes lugares em maiorquino chamam-se Talayots.
Na cidade vivem uns 3.000 habitantes, sendo que uma parte trabalha em Palma ou Manacor e os demais dedicam-se à agricultura.
Existem cultivos de amendoeiras, uvas e um monte de figueiras, entre outras árvores. Dizem que para agradar ao mineiro tem que haver um bom café, uma broa gostosa, um bom papo e eu acrescento: doce de figo. Amo com paixão! E somente depois que cheguei a Mallorca é que comecei a comê-lo maduro. Delícia. Por certo esta fruta pode ser encontrada em toda a Ilha com diferentes tamanhos, formatos, aromas, cores etc.
A colheita é feita entre agosto e setembro, mas, antes destes meses, sobre o mês de junho realiza-se a colheita das “brevas”. E o que são brevas? São os figos que não amadureceram e que estiveram na figueira durante o outono e o inverno e que poderão ser colhidos somente na próxima primavera.
Estes são maiores e muito mais caros que os figos “normais”, se comparamos os tamanhos e os preços.
Esta fruta tem muitas propriedades nutricionais como cálcio, magnésio, potássio, vitaminas (A, B1, B2, B3 e C), açúcares (sacarose, frutose e glicose). Nós colhemos uns 4 quilos de figos que serviram para comer com iogurte, fazer um saboroso e energético sorvete e muitos vidros de marmelada.
Mesmo que o sorvete já seja uma feliz lembrança, ainda seguimos curtindo o nosso café da manhã com uma deliciosa compota de figos caseira. Simplesmente impagável.
Em Mallorca existe muita tradição alredor do figo. Por exemplo: “Figues Seques” ou os figos secos que são secos pelo sol e utilizados posteriormente na culinária. Outro manjar dos deuses é o “Pan de Higos” ou pão de figos - feito com figos secos, amêndoas torradas e anis. É uma tremenda fonte de cálcio.
Eu, como doceira, prefiro fazer um bolo de chocolate com recheio de trocinhos de figos muito frescos. Aproveitei para decorá-lo com creme de manteiga, physalis e nozes.
Muita gente pergunta se o “higochumbo” ou figo da India pertence à família dos figos. A resposta é não. Conhecida cientificamente como Opuntia Ficus-indica esta especie provêm do cactos. Está presente em muitos países como Espanha, México, Brasil entre outros. O seu suco é muito gostoso. Entretanto é difícil de côlher pelo excesso de espinhos.
Depois da colheita dos figos fomos comer um pa amb oli no Bar Restaurante Es Revolt que está pertinho da principal rotatória que dá acesso à cidade. Um bar simples, limpo e os seus garçons são muito simpáticos. Está dentro do pavilhão esportivo de Montuïri. Aqui você poderá provar também a típica comida maiorquina. O endereço é Polígono El Revolt, Carrer de Palma s/n, Montuïri. Abre todos os dias exceto nas quartas-feiras.
Você deve estar curioso para saber o que é um pa amb oli ? Em português significa pão com azeite.
Consiste em:
- uma fatia de pão - “pan payés” que pode ser tostado e no qual se esfrega um pedaço de alho. Por certo este pão tem uma corteza muito grossa e por dentro conserva-se terno durante muitos dias. É o tradicional pão campesino maiorquino.
- depois esfrega-se a metade de um tomate no pão. Este tomate é especial e chama-se “tomate de ramillete”. É uma categoria de tomate muito pequena e suculenta.
- um pouco de azeite de oliva e sal sobre este conjunto.
Nos bares ou restaurantes da Ilha o pa amb oli ou pamboli para ser mais precisa é servido acompanhado com queijo da Ilha de Menorca, jamón serrano (o presunto espanhol), azeitonas verdes ou pretas, embutidos, funcho, com figos etc.
Resumindo, este petisco é um dos tesouros culinários de Mallorca mais apreciados pelos seus habitantes e turistas. Eu lhe recomendo degustá-lo na próxima viagem à Ilha e se gostar de um vinho tinto, será uma fantástica escolha.
As porções que nos serviram eram enormes e muito saborosas. Comemos tudo! Os pratos ficaram super limpos.
Você gostou do tema e das fotos? Se a resposta é positiva, compartilhe por favor entre a família e amigos. Obrigada pelo tempo dedicado à leitura do meu Blog! É um prazer poder escrever sobre este paraíso chamado Mallorca. Estou presente no Facebook e Instagram postando fotos e comentários sobre o dia-a-dia da Ilha.
Até a próxima vez!
Eliana Pacifico
Guia Oficial de Turismo das Ilhas Baleares
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